Em qualquer atividade é essencial entender o que as pessoas relacionadas ao negócio – clientes, competição – pensam. Para isso servem pesquisas de opinião. Para construir pesquisas mais efetivas e entender melhor seus resultados é importante se aprofundar em como preferências e atitudes são construídas.
A área de comportamento humano pode ajudar nesse objetivo. Ela é abordada sob diferentes perspectivas. Economia comportamental, Psicologia e até Ciência Política se debruçam sobre a tarefa de compreender o que motiva escolhas e opiniões. Esse conhecimento nos possibilita entender as causas por trás das preferências reveladas nas pesquisas. Isso é essencial para saber o que fazer com a informação coletada.
Nesse sentido, aqui vale discutir um conceito fundamental na literatura de comportamento: o de raciocínio motivado. Ele ajuda a explicar por que indivíduos não mudam opinião mesmo quando há evidências de que eles estão errados. Seria fácil dizer que “pessoas acreditam no que querem”, mas não é o caso. Mesmo quando crenças são enviesadas, há um raciocínio – que parece objetivo – por trás. As pessoas constroem uma lógica que direcione suas conclusões para o lado que elas preferem.
A apropriação deste e de outros conceitos elaborados noutras áreas – viés de confirmação, desejabilidade social – enriquecem a pesquisa de opinião. O conhecimento multidisciplinar é essencial para que sejamos capazes de entender as motivações e processos envolvidos na formação de escolhas e preferências.
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